ERA UMA VEZ UM CASAMENTO...

Eu poderia contar aqui várias estórias de casamentos que deram certo após uma mediação. Mas vou contar uma em especial... e que talvez possa te ajudar no seu casamento. 

(Como existe o princípio da confidencialidade, essa estória terá nomes e detalhes um pouco diferentes preservando assim esse casal).

Primeiro eu queria dizer que se você vive um casamento, você precisa saber que é normal existir o conflito. Seu relacionamento não é pior que o do outro que aparentemente parece ter uma relacionamento 100% da paz. 

É do ser humano ter a presença dos conflitos em sua vida, uma vez que, ele se envolve com uma outra pessoa. Fomos criados para nos relacionarmos uns com os outros. 

Isso, porque, somos diferentes, ainda que possamos ter semelhanças de pensamentos e atitudes com quem nos relacionamos. Mas, no final, cada pessoa é única. 

Assim, quando duas pessoas se unem em matrimônio, estamos falando de duas pessoas diferentes convivendo por um bom tempo. 

Esse "bom tempo" traz intensidade para o relacionamento e oportunidades de acontecimentos. E nem tudo vem em forma de calmaria. Em alguns momentos, fica parecendo que estamos navegando em mares bravos.

Foi num desses "mares bravos" que a Juliana e o Pedro começaram a navegar. 

Era uma vez um casamento... do Pedro & Juliana. 

Dois Anos casados e sem filhos. Ambos trabalhavam muito. Juliana Servidora Pública. E Pedro, médico. Até que em sua comemoração de três anos de casamento, Juliana fez uma surpresa para Pedro e ela estava grávida. Era o melhor presente de casamento que ambos poderiam receber. E sim... foi dessa forma mesmo, Pedro e Juliana estavam felizes como nunca. 

Nos nove meses, com o filho no ventre de Juliana, o tempo parecia voar. Juliana e Pedro já desentendiam com algumas escolhas para o bebê. Mas ainda assim, viviam um momento de muito amor entre os dois. E João então nasceu. Com saúde e bençãos. 

A mudança da rotina veio de uma vez. Para os dois (ou melhor, para os três), mas mais para a Juliana. 

A licença maternidade da Juliana foi chegando ao fim... O Pedro achava que deveria e poderia trabalhar mais, já que não queria deixar faltar nada para a família. 

Foram meses intensos para os três. Teve bons momentos de calmaria... e teve momentos de ondas bastante agitadas. 

[Salvaram-se todos.]


Bons anos se passaram... e como todo casal, eles viviam uma vida normal... se entendendo e se desentendendo. 

Quando João já estava com seus cinco anos, Juliana e Pedro já não sabiam mais sair das ondas bravas. E muita das vezes, João assistia da praia. 

As vezes, João tentava ajudá-los, mas os pais não permitiam. Tentavam garantir a segurança ao menos do João. Eles Tentavam. 

Juliana, já bastante desanimada, cansada e desacreditada do casamento, comentou com uma amiga sobre o que estava passando e esta amiga falou sobre a mediação para ela. Não deu muitos detalhes do que seria, mas deu o impulso que a Juliana precisava para cuidar de algo que sim, era importante para ela. 

[A amiga da Juliana falou de uma possibilidade. Acredite! Ela foi o farol na vida da Juliana.]

Juliana então, resolveu me procurar! 

Após eu explicar como funciona a Mediação, Juliana começou a enxergar luz no seu caminho que até então estava bem difícil caminhar... e dentre as opções de como abordar essa possibilidade com o Pedro, ela escolheu convidar seu marido para também conhecer sobre a Mediação. 

[Alguém precisa dar o primeiro passo... e Juliana deu.]

Pedro então, me procurou e pude explicar para ele também como a Mediação funcionaria se os dois topassem tentar resolver seus conflitos por esse meio de resolução tão especial e único. 

Para Juliana, voltar a dialogar com o marido era um ponto principal. Eles se perderam um pouco nesse sentido e sempre que conversavam sobre algo, acabava em discussão.

Para Pedro, a confidencialidade existente no procedimento o fez querer tentar, já que falar sobre o relacionamento com uma terceira pessoa, o deixava um pouco constrangido e ele também não estava sendo ouvido mais por sua esposa. 

"DEU MATCH!" Ambos estavam dispostos e aceitaram a MEDIAÇÃO como meio de resolução de conflito. Então, embarcamos!

Foram necessários 6 encontros (reuniões) em um período de três meses, de acordo com a possibilidade de ambos. 

Não irei entrar nos detalhes das conversas, de tudo que foi cuidado/conversado durante todo esse procedimento... mas o que mais me chamou a atenção, eu irei dividir com vocês: os efeitos!

No 1º Encontro de Mediação: Juliana e Pedro chegaram separados. Estavam um pouco cabisbaixos, sem se olharem, mais calados e algumas vezes falavam do outro e apontavam para o outro também. 

No 2º Encontro de Mediação: Juliana e Pedro chegaram separados. Já se explicando um para o outro o motivo do atraso, como forma de pedir desculpas e, de certa forma, dando uma atenção ao tempo do outro que teve que esperar. 

No 3º Encontro de Mediação: Juliana e Pedro chegaram juntos. Vieram com o mesmo carro. Conversando. Olhando nos olhos. Sorriso tímido. Falavam das mesmas coisas. E saíram fazendo planos para uma noite após o trabalho. 

No 4º Encontro de Mediação: Juliana e Pedro chegaram juntos. E trouxeram o João (eles não tinham com quem deixá-lo). Enquanto João ficou colorindo numa sala, seus pais e eu "estávamos em Mediação" em outra sala. Esse dia, em especial, o nome do João foi falado por diversas vezes. E como ele foi um dos motivos que os pais quiseram tentar a mediação como forma de resolver seus conflitos, foi combinado que se o João quisesse, ele poderia entrar um pouco no próximo encontro.

No 5º Encontro de Mediação: Juliana, Pedro e João chegaram juntos. João animado para entrar e participar do que os pais conversaram com ele. Mas, de início entramos só nós três: Eu, Juliana e Pedro. Tudo foi correndo bem, chamamos o João. Tudo correu melhor ainda. Éramos quatro pessoas embarcadas, atravessando por águas já bem mais calmas, com vozes mais tranquilas, coração quente e sorrisos espontâneos. De vez em quando, surgia aquela risada gostosa de criança. Já era um bom momento para encerrar. A chegada estava certa. Marcamos um último encontro.

6º Encontro de Mediação: Juliana e Pedro chegaram juntos, de mãos dadas, conversando, estavam leves. Chegaram a discordar de um certo assunto, mas riram da situação e disseram que poderiam ver sobre isso mais tarde em casa. E então, entramos na sala, conversamos mais um pouco. Era hora de encerrar a travessia desse casal, dessa família.

Então, elaboramos, revisamos e assinamos o termo de entendimento, com a certeza de que escolha de como você quer resolver seu conflito faz muita diferença no resultado. 


Por isso eu sempre digo: Façam boas escolhas! Principalmente se envolverem pessoas importantes em sua vida. 

Sejam cuidadosos com questões onde o vínculo precisará ser mantido. 

E, por fim, dê o primeiro passo. É isso que falta para resolver o que não tem te deixado feliz. 

VAMOS NESSA?





Apenas para elucidar: 

Como uma boa fleumática que sou, sempre que eu falar sobre minha forma de conduzir o meu trabalho, vou associar a barco, mar, ondas, água, remo, bússola, farol, travessia...entre outras coisas. 


"Para mim, fica mais fácil falar do que eu faço 

quando eu mergulho e movimento essa água." 



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